Ayrault chocado com espionagem pede "respostas claras"
"Estou profundamente chocado (...) É inacreditável que um país aliado como os Estados Unidos possa chegar ao ponto de espiar tantas comunicações privadas sem qualquer justificação estratégica, qualquer justificação de defesa nacional", disse Ayrault à imprensa em Copenhaga.
O primeiro-ministro francês pediu aos Estados Unidos "respostas claras que justifiquem as razões pelas quais essas práticas foram utilizadas e, sobretudo, que criem as condições de transparência para que lhes seja posto termo".
"É a própria base da confiança entre nós", acrescentou.
Questionado sobre se França vai interpelar o Presidente norte-americano, Barack Obama, Ayrault afirmou que cabe ao Presidente francês, François Hollande, "decidir as disposições que se impõem" e acrescentou: "Definitivamente, impõem-se medidas e elas serão tomadas".
O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Laurent Fabius, anunciou horas antes ter "convocado imediatamente" o embaixador dos Estados Unidos em Paris para explicações sobre as escutas.
O jornal francês Le Monde divulgou hoje na sua página internet que a Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos fez 70,3 milhões de registos de dados telefónicos de franceses num período de 30 dias, entre 10 de dezembro de 2012 e 08 de janeiro de 2013.
O jornal cita documentos do antigo consultor da NSA Edward Snowden divulgados em julho.